quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A MINHA MUSICA


tenho nas cordas suspensas
dedos perdidos dos passos incertos
cantam poemas
mas nem sempre os sinto
nem sempre sou sincero
por me perder em ti, esqueço-me

não me lembras o calor
nem tão pouco o frio
lembro-te apenas indiferente
lembro-te melodia fugidia
lembro-te palavra sussurrada
contra o vento vadio

esgueira-se pela brecha aberta
teu tempo teu ser em teu corpo suado
mantenho nas mão cerradas
o meu sopro caricia fado interno
neste morno lume vou ardendo inquieto
ser de ninguem é ser teu em ti renascido.

abraço do vale(já sem febre) imagem tirada de diariopoetico.weblog.com.pt

terça-feira, 24 de novembro de 2009

FÚRIA DE NADA QUERER

UM BATER DE PORTAS ECOA DEBAIXO DOS MEUS PUNHOS ENRAIVECIDOS...
SUICIDO O HORIZONTE, RASGANDO À DENTADA A CARNE PROMETIDA.
NUM FUMEGANTE BAHAUS ARDEM OS MAIS DESPIDOS SONHOS
FLAGELAM O TRIGO, NUM NEGAR CONSTANTE DE PÃO
CATAPULTO MEU CORPO ESQUECENDO DE QUE ALMA SOU FEITO
CRENÇAS E MITOLOGIAS ESPELHAM-SE EM VÍS METAIS
SEMI CERRO OS DENTES ,APELANDO AO DIABO OU A DEUS
OU À PUTA QUE NOS HÁ DE PARIR, SIM... MAS MORTOS!
DA CIVILIZAÇÃO RESTA A IGNORANCIA
DO HOMINIDEO NEM ÁRVORES HÃO-DE SOBRAR
JÁ QUE NA CINZA , JAZ NINHOS ESVENTRADOS, ORFÃOS DE AMOR.
ESTOU AUSENTE, NESTA PRESENÇA QUE ME QUER VIVO
FEBRIL ,ESCAMOTEIO EM RENDILHADOS ,A RAZÃO ...
DO SUPER EGO RESTA A ANTITESE DE SER.

no vale há um abraço

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

A TI

o palco chora

este vazio que o fere

como um cair de pano

em sala muda

ecoa inundado

por uma vida eterna

em memórias de quem quer

transformar o mundo.


não me cruzei contigo

mas ficou gravada

A menina Júlia

Obra levada aos meus sentidos ávidos

por uma visão de quem pode,

Transportar mensagens,

Abalar consciências,

despertar ciências...

sabe-me , agora, a pouco...

resta-me a sensação

de que serás sempre

UM HOMEM cuja obra ultrapassa

as escassas notícias de perda.

Pois assim seja!

que nada perdemos contigo!

apenas apreendemos que ganhar

é ser recordado...

Um Bem-Hajas Mario.


abraço do vale

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

era uma vez


Era uma vez um menino, que tinha nascido ,num ninho de folhas e ramagem.... muito perto da copa das árvores.

A pelugem não era a suficiente, nem a destreza do baloiçar de ramo em ramo, era de alguma forma comparável, com aquela que os seus irmãos mais velhos ,usavam nos seus voos.

lactea era a primeira via de sustento, pouco a pouco vieram frutos e outras iguarias, que o sol na sua eterna bondade, a água na sua paciente queda e a terra na sua sossegada mutação, produziam no seu paraíso verde de azul e cinza coberto.

Já caminhava. No chão de folhas secas e formigas indiferentes ao seu olhar faminto, descobrira um brinquedo...

Era ,sem sabê-lo, um osso que podia até ser ,de um dos seus irmãos mais velhos.

Mas indiferente (porque inconsciente), brincava até sentir a fome ou o sono chamá-lo para a calmaria das copas, onde se juntava à sua velha mãe e a um céu de estrelas ...

que o impeliam para o sonho .

Mais tarde apreendera o voo.

Com o pelo já rijo, cortava o ar , desafiando aves .

Envaidecido pelos olhares atentos da sua jovem vizinha, exprerimentava as mais ousadas acrobacias...

colhendo frutos em pleno voo , e depositando-os ao alcançe de um braço; perto do olhar sequioso da sua bela admiradora.

Apaixonara-se.

Escolheu a mais macia das ramagens, as mais sedosas folhas, a mais altas das árvores...

e construi um ninho.

Já bailavam de ramo em ramo, numa salsa em valsa com cheiro a tango.

acabavam numa morna crescendo em batuque, no ninho , almofada de sonhos em vias lacteas sorridentes.

E não tardou , o céu o sol a chuva a terra a via láctea, viu sorrir um ser frágil e faminto por tudo que ainda não tinha visto,nem tão pouco sonhara.

abraço do vale