domingo, 22 de maio de 2011

O pão do pobre é de pedra
Quem não tiver dentes
Ou passa fome
ou come merda!
O pão do remediado
dura um mês.
deixa-se comer
na primeira semana,
e nas outras três
que tem esse mês,
partilha-se com martelo,
Já que nele não entra
O primeiro cutelo!
O pão do rico
Não sabe a nada
Sem lasca de presunto
Comer é enfado.
O pão dos outros
é sempre o melhor,
tem sempre de sobra
as nossas migalhas.
Pobre Povo, pobre País
A cobiça do pão regressou
como regressam os criminosos,
ao local do crime.

abraço do vale

domingo, 15 de maio de 2011

estranha viagem

Fumo meu canto, nas cordas secas
nevoeiro d'estorvo nos olhos humidos
cada passa é um desassossego
cada imagem fica baça, impura.
Aperto a viagem ao morrer da curva
Asfalto já gasto não pode perder
em cada partida uma pedra dura
em cada chegada um estranho bocejo...
................(continua até parar).................

Do vale em valetas, pró rio que foge,
um abraço de adeus ou então até já.......

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Quase nada.

Quanto vale a vida? o que é dinheiro? que trabalho merece ser medido em moeda? que vidas são contributivas para a mais valia económica de um sistema?....


E se pusesse isto assim: Que sistema pode avaliar a vida? O que hoje é mais valia, amanhã, mais valia não ter existido!!!


Precisamos de profetas. Não daqueles que por aí pululam, mas sim daqueles que detêm a verdade e que a troco de nada ( basta um calvário) a partilham. Ah... e também precisamos de uma memória colectiva, sempre presente como o gume de uma lámina a ameaçar-nos. Penso que só assim pensariamos, sem desvios estilísticos para inglês ver. Objectivamente, não somos nada. Mas como a linguagem das estrelas nos é praticamente desconhecida, somos o relativo produto dum espirro da nossa conciencia. O inexplicável é a razão que mais nos fascina, logo pensamos em tudo com a perspectiva daquilo que ainda nada é... tem bastante piada resolver transformar nada num produto apetecível, especulando. Estranho pensar que sob determinadas condições só existimos no passado e vivemos no futuro, relativisando. E o presente?... perguntar-me-hão. Esse não existe, está sempre de passagem... é como existir vento e querer meter num frasco uma infinita parte do mesmo. Ou seja a nossa existencia, pouco interessa ao cosmos... mas tem muito valor para quem se acha pensante e dono de uma filosofia... tangas!!! Nada vale tanto como tudo! e se não pensassemos, tudo era sempre... e se não fossemos, continuava tudo!!!


Sinto-me bem, presente, como quase nada.