Há já uma meia dúzia de anos resolvemos ir a um encontro de autores ( escritores) regionais. 
O município que organizou o certame foi Tarouca. 
Entre uma ida a Salzedas, a Ucanha, a Várzea da Serra, às caves da Murganheira, passamos por São João de Tarouca. 
Escusado será dizer que fiquei maravilhado com o património que a Ordem de Cister ali deixou. 
Esta igreja é um exemplo da beleza e invulgar ostentação de riqueza. Quis-me parecer que assim seria por esta particular organização religiosa local ser efetivamente mais abastada do que os vizinhos de Salzedas, pelo menos assim nos disseram. 
Confesso que em termos de local de culto, preferi Salzedas. Já relativamente a beleza interior, esta é efetivamente mais notável. 

Creio que o culto se vai perdendo na aparência. 
Ou melhor: a aparência de culto acaba por gradualmente esfumar a Fé, ou torná-la secundária.
 
Assim ponho-me a pensar na casca da noz, sólida, bonita e que esconde o seu miolo, ou a falta dele.
 
Exagerando um pouquito, dou por mim a pensar nas saias bonitas que algumas meninas vestem mas que se esquecem do milagre da água com algum sabonete. 
Bom... neste caso pode valer-nos um apurado olfato para nos afastar dessa fé distorcida. 
Ainda assim o aroma pode ser do agrado de alguns narigudos. É tudo uma questão de sinusi... de fé, perdão! 
Voltando à arquitetura: o trabalho dos pedreiro (efetivamente notável) dos marceneiros e artistas diversos deixam um conjunto arquitetónico inspirador. Tudo me parece talhado à medida do imaginável, passando a mensagem de que transcender é acabar a leitura da obra. 

Toda a obra inacabada é um livro que não voa.  

Abraço do Vale
 




 

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