Há nevoeiros que nos toldam a vista. Apesar do esforço, ver nem sempre acontece. Sentir é opção para vistas difíceis ou de difícil entendimento. O lobo mau pode esconder-se e morder-nos os calcanhares a qualquer momento, e, se nos comportarmos como as ovelhinhas, pode trincar-nos até ao osso! Claro que a figura do lobo parece depreciativa e pode sugerir ser uma "obra do demo". O objetivo não é esse. O lobo só é mau se o deixarmos ser. O lobo pode ser apenas companheiro de viagem e guardião do que deve ser oculto e mantido nas trevas. Os ameaçadores caninos salientes proíbem qualquer aventurança pelo porta que o lupino companheiro guarda. O respeito pelos sentidos, apesar de uma visão toldada, abre-nos outros caminhos. Há muito mais em ser do que o verbo ver. Abraço do Vale.
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A mostrar mensagens de janeiro, 2025
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Praticamente no topo do vale situa-se o Canouçado. Esse lugar nos limites do termo, como dizem os nossos mais velhos, ficaria na posse do meu pai e ainda seria tratado pelo meu avô nos anos 80 do século passado. Escusado será dizer que nutro por esse canto de terra um especial carinho, assim como tenho pelas Á guas Empoçadas, As Trigueiras, O Tourinho Alto um apego emocional vincado. ( Desengane-se quem achar o contrário! No que a propriedade diz respeito sou extremamente telúrico e marcadamente territorial. Não tenham a menor dúvida. Tirar essa dúvida pode não fazer bem à saúde!!! ) A minha infância passaria entre a França, onde nascera, e este cantinho de Trás-os-Montes que eu chamava de Portugal da Avó. Como é evidente não cresci e vivenciei da mesma forma os montes e o vale como vivenciaram os nativos. Era um ser "hibrido". Ora me distraia com o fluxo de pessoas nos Campos Elisos ora fitava o carreirão de formigas transportando coisas várias. Clar...
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O regresso dos burros. Havia algum tempo que os animais estavam desaparecidos. Por aqui, no Nordeste, já são raros, pois a última vez que passei por um de quatro patas, já deve ter sido há pelo menos um ano. Como é evidente a evolução darwinista não deixou escapar os burros. Embora tardia acabou por acontecer. Os que andavam de quatro patas deram lugar a outros que caminham emproados em cima de duas patas e que já não exibem aquela pelugem dos ruços, nem as orelhas asininas, têm mãos e pés e até se sabem vestir como nós. O mais espantoso é que estes já não zurram: falam! Sim pessoal, eles falam! É verdade que por vezes não são nada inteligíveis e isso dificulta a comunicação. Também é verdade que os seus propósitos não são os mais acertados, nem sabem de moral e tão pouco de ética. Mas o que queríamos? Queríamos que saíssem acabadinhos e polidos? Isso não é possível. Há que dar tempo para o cérebro evoluir o suficiente. N...