Praticamente no topo do vale situa-se o Canouçado. Esse lugar nos limites do termo, como dizem os nossos mais velhos, ficaria na posse do meu pai e ainda seria tratado pelo meu avô nos anos 80 do século passado. Escusado será dizer que nutro por esse canto de terra um especial carinho, assim como tenho pelas Águas Empoçadas, As Trigueiras, O Tourinho Alto um apego emocional vincado. 

( Desengane-se quem achar o contrário! No que a propriedade diz respeito sou extremamente telúrico e marcadamente territorial. Não tenham a menor dúvida. Tirar essa dúvida pode não fazer bem à saúde!!! ) 

A minha infância passaria entre a França, onde nascera, e este cantinho de Trás-os-Montes que eu chamava de Portugal da Avó. 

Como é evidente não cresci e vivenciei da mesma forma os montes e o vale como vivenciaram os nativos. 

Era um ser "hibrido". 

Ora me distraia com o fluxo de pessoas nos Campos Elisos ora fitava o carreirão de formigas transportando coisas várias. Claro que com esta distancia chamada tempo, acabei por estabelecer paralelos nos comportamentos e passei a olhar para a vida animal, descobrindo nela o que parece perdido nos seres humanos. 

Cada ser humano que aqui vive esquece muitas vezes a sua raiz, perdendo-se na vaidade do supérfluo. O que será feito de nós quando a terra nos reclamar? De nós apenas restarão ecos, que se perderão no fio do tempo. 

A essência, essa, perdurará conforme a elevação ou a maldade imprimida ao longo da nossa vida. Somos a soma de tudo que fazemos e não a soma do que aparentamos. 

Gosto da terra, do ar e do mar. E até do fogo! Gosto da simplicidade das coisas e da complexidade simples do etéreo. 

É nestas alturas que agradeço à terra. Ensinou-me a simples elevação do belo. 


Abraços daqui, deste Vale. 

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