E já lá vão duas décadas! 

Sim, foi há 20 anos atrás que o meu amigo Leandro, juntamente com o Abreu, me convidaram para o PAN de Morille. Naquela época tive de declinar, não deixando de agradecer, pois o meu trabalho em Julho era de recolta. Os meu pais tinham cerca de 6 hectares de pêssegos que tinham de ser colhidos e vendidos. Hoje a mesma área está ocupada por oliveiras ainda jovens. O que me liberta nesta época do ano.

Por mais incrível que pareça ainda não logrei estar por Morille no festival ! Todos os anos tenho outras coisas prementes ou inadiáveis para fazer. Agora. fica aqui a promessa que irei reservar o terceiro fim de semana de Julho para esse fim e que só em caso de força maior é que não irei até Morille! 

O PAN é um festival transfronteiriço de Poesia e Arte de vanguarda em meio rural ( Natureza). A sua edição em Portugal começou na aldeia de Carviçais ( Torre de Moncorvo) e teve lá duas edições. Parou um ano ( alguns desentendimentos com as parcerias locais, suponho)  e regressou na aldeia de Vilarelhos.

Já lá vão cerca de sete anos. Com a natural oscilação que a pandemia impos, o festival tem vindo a definir-se como um encontro de amigos e ponto de passagem das mais diversas figuras do nosso panorama artístico. Como é evidente, este festival é capaz de acolher artistas de renome nacional. No entanto há dois sine qua non: não há " cachet" e ( o mais importante) não alimenta egos! 

Quando um organizador pede para ser conciso numa apresentação de livro, o autor tem de respeitar, pois depois dele, há outros autores, e depois dos outros há outras coisas!!! Enfim... umbigos! ( isto foi um desabafo). 

Devagar, este festival tem vindo a tentar enriquecer pela diversidade o tão esquecido interior. Como é evidente não há espaço para "cousas e lousas". O orçamento é curto. No entanto todo o artista convidado tem direito a alojamento, comida e ( nalguns raros casos) deslocação paga. 

E o que ganha o artista com isso? perguntar-me-ão. 

Ganha, em primeiro, amizades várias e divulgação aquém e além fronteiras ( raianas). 

A presença dos espanhóis tem vindo a ser constante. Claro que deveriam ser um pouquito mais, mas ao invés de Morille que fica a uns escassos 20 km de Salamanca, aqui a distancia para as grandes cidades ronda os 100km para Vila Real e cerca de 200 para o Porto. Estamos, efetivamente, num meio rural. O que não nos impede de termos por cá gente de todo o país. 

Sou apenas um frequentador do festival. Vou capturando sorrisos e conquistando amizades. Saio sempre um pouquito mais rico, mais desassossegado e , no fundo, mais saciado. Há vezes em que não é fácil ouvir ou ver criaturas com sede de palco. Mas na maioria dos casos, a leveza de espírito e a elevação acabam por nos levar a bom porto. 

Rodrigo Dias ( Pintor )



  João Rasteiro ( Poeta )







à direita Vitor Sá Machado ( escultor) e Manuel Cunha ( morador e colaborador do PAN) .



                                                  Mulheres do PAN
Luis Mi e Helena Pelotari ( Poetas ) 
Os Salamenco em 2022 ( música flamenca)

O refeitório



As mais variadas exposições.

Etc.

etc.

etc. 

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