Ontem foi dia da mulher.
Bom... é considerado Dia da Mulher há alguns anos e em diversos países desde algumas décadas.
Pelo que pude apurar ao longo dos anos, a ideia do dia terá germinado nas lutas de mulheres operárias algures pelo ano de 1918. Dois anos volvidos surgiu uma Clara Zetkin que fez a proposta de celebração das mulheres no dia 8 de Março.
Na verdade só quatro países, em 1911, viriam a adotar o dia para honrar as mulheres: A Alemanha, a Áustria, a Dinamarca e a Suíça. O mesmo dia viria a ser oficializado pela ONU em 1975.
Longos anos passaram, continuamos a celebrar as mulheres de várias formas e em datas diferentes por este mundo fora. A História tem os seus nomes, alguns mais visíveis do que outros.
Na realidade o que me leva a celebrar as mulheres é mais do que ( justificadas) lutas sociais (Eva Peron, Rosa Parks, ... ), feitos heroicos (Joana d'Arc, Mata Hari, Rosa Luxemburgo, ... ), científicos ( Hypatia de Alexandria, Marie Curie, Ada Lovelace,...), artísticos ( Frida Kahlo, Hilda Hilst, Dorothea Lange, ... ) e em todas as áreas imagináveis.
O que me leva a celebrar o Dia da Mulher é a minha existência.
Existo porque uma Mulher me carregou até à matura idade para nascer e ser.
Aprendi pelo olfato o que, primeiramente, o colo matriarcal nos ensina: a pertença.
Sou da Terra porque nela a chuva fez germinar a espiga prometida (a ela hei-de voltar um dia).
Nos braços da minha mãe, aprendi o sorriso, no riso das minhas irmãs aprendi a brincar, nas histórias da minha avó aprendi a sonhar.
Claro que o meu pai sempre esteve nas minhas aventuras, a cada joelho esfolado ou a cada pergunta respondida, claro... mas hoje lembro as mulheres.
Num quase já longo percurso que é a minha vida, o afeto, o amor que se cria com o tempo e se solidifica com os laços, tem o seu lugar. A minha filha, fruto de um amor certo mas fugidio, abriu-me a visceral dimensão do verbo amar. Hoje, e sempre, amarei o meu " sorriso umbilical com sabor a rosa pele", a minha filha.
A companheira com quem partilho as minhas mais diversas deambulações, frustrações, elucubrações ou simples opiniões, é mulher na sua fragilidade e mulher na sua estoica persistência em desbravar os mais adversos mares. A curiosidade de quem soube ouvir as estórias dos mais velhos, reside nos seus contos, como residem perenes os contadores e contadoras.
As minhas amigas, todos belas e encantadoras, ensinam-me os dias trazendo a luz morna em noites de frio persistente. Ensinam-me também que na luz só permanece o olhar de quem sente.
Muitos verbos tenho usado para descrever a palavra mulher… talvez já os tenha usado todos! ( confesso: sou de carne e tenho defeitos) .
Na realidade de um poema chamado mulher, amar é verbo único.
Assim vejo o Dia da Mulher.
A todas vós, mulheres, o meu abraço de gratidão.
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