Tal como tem acontecido ao longo da minha vida, um acaso acabaria por me proporcionar este encontro aquando da inauguração da estátua do Hélder. 

No dia anterior resolvemos, eu e a Sofia, irmos dar uma volta de carro à beira mar. Não saímos do carro! Chovia à boa maneira poveira: puxada a vento que era um mimo! 

Reparei que havia ali, perto do quiosque, algum movimento com umas supostas obras. Nada de mais natural, pensei eu seguindo caminho. 

Regressamos a casa com a vontade de um café à beira mar. 

No dia seguinte repetimos a dose, mas já não chovia! 

Era um dia tão soalheiro, que os estacionamentos junto ao bar onde costumamos ir estavam completamente preenchidos. 

Seguimos avenida acima, em direção ao estacionamento das docas, pois esse não é de borla e quase todos tendem a fugir do dito. Passando junto à zona das supostas obras, deparei-me com um bastante grande aglomerado de pessoas. Pareceu-me ver o edil e outras figuras de destaque da Póvoa de Varzim. 

Estacionamos e, ao passarmos a pé, indagamos. Era a inauguração da obra de arte do Hélder de Carvalho ( elaborada e executada por ele ) em homenagem  ao " Nando". 

Quando estagiei na Rádio Onda Viva, o nome de Fernando Gonçalves surgiu. 

Para além de ser pai de dois rapazes que fizeram parte de um banda portuguesa muito ouvida ( os Clã), o Nando era pintor, ceramista, músico. Deixou a sua marca espalhada pelo concelho. Uma das obras está ali, junto à praia: o mural perto das docas. Existem outras, muitas outras. Mostraram-me algumas que tencionavam oferecer ao município. Não sei se tal aconteceu. O Nando, também tocava violino de forma destacada era um homem simples e um virtuoso autodidata. 

Ficamos por ali a ver e ouvir. Encontramos o Afonso Oliveira ( cunhado da Sofia ) e a sua filha Margarida. Conversamos um pouco e continuamos a ouvir. 

Acabamos por ficar com o Hélder de Carvalho ( Escultor, Professor, Pintor, homem natural de Carrazeda de Ansiães)  que estava naturalmente presente, com o Aurelino Costa ( Advogado e Poeta Poveiro com o seu nome inscrito na brilhante boémia estudantil de Coimbra) e Jorge Velhote ( Poeta, Escritor, Fotógrafo, Curador,...) . Como é óbvio já nos conhecíamos de outras paragens. Convidar-nos-ia o Aurelino a almoçar ali perto com eles, os familiares e os amigos.  

Tudo um acaso que a chuva do dia anterior acabou por providenciar. Há dias em que gosto da chuva.

Este foi um desses dias.  

Abraços do Vale. 

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