Era um adolescente com uma forma peculiar de viver e ver o mundo, como muitos ( senão todos) adolescentes. Depois de uma passagem pelos Beatles, Lennon e as suas mensagens de paz, fixei-me durante algum tempo no Reggae. 

Segui as regras do rastafári : nada de carne, lutar contra babilónia e meditar de gandja acesa. Foram tempos de momentânea paz louca. 

Com algum custo cimentava no meu mais profundo ser os valores da paz e do humanismo necessário para uma sociedade onde a maldade crescia como doença ruim. 

A minha revolta acabaria por levar a melhor e sairia dessa fase um pouco amargo na minha relação com a sociedade em geral. Tempos conturbados esperaram-me e foram naturalmente superados. 

Hoje com a distância e a idade, mantenho essa chama revoltosa acesa como uma espécie de lareira, onde me vou aquecer em invernos passageiros. Sou um fruto amadurecido nas amargas tempestades, marcado na pele mas tendencialmente doce na carne (diz quem me prova) . 

A alma, essa, segue ainda por cá. 


Abraço do Vale

Comentários

Ana Tapadas disse…
Ainda bem que assim foste e daí cimentaste aquilo que és!
Ainda tive um aluno a professar esse estilo...há poucos anos. Um bom rapaz.
Beijo
Duarte Braz disse…
Vamos construindo de dentro para fora... Beijos e abraços do Vale.
Quatro Coroas disse…
Ainda vislumbro esse adolescente... mas já não me chateio com ele! Aprendi a amá-lo, mais do que amigo, como um irmão... Sempre!
Anónimo disse…
Sempre.

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