como é lindo o teu meio-sorriso
é feito de agruras,
banhado em seda.
que belas mãos carregam teu fardo
filhas de meias-vontades,
escravas do tempo.
bebo na aridez do teu olhar...
o gelo que teimosamente guardo,
é imune ao teu pulsar !
acredito no não-querer
no vazio dos gestos
na ausencia presente,
acredito em nada,
porque não pensar é nada ser.
todos os cadaveres do mundo
juntaram o silencio
e calado, não canto...
aprecio apenas a plenitude da morte.
perfeita , incontornável, senhora de todos...
a última e unica amante,
dá-se a todos, e não provoca ciumes.
como gosto que nada me venha a amar...
até lá... sou.
abraço do vale
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6 comentários:
A única (talvez) que não provoca ciúmes...
Um abraço.
Que poema tão lindo!
Beijo
É essa plenitude que adiamos...com o disfarçe de sermos plenos!
Duarte, não se já leste o meu último post no "Tempo Agreste", chama-se "Sentido Único" estamos conectados...!!! :))
beijos
És como eu... Ser Humano, ao que parece afinal somos mais iguais do que se diz.
Apesar de termos de nascer em vários pontos do planeta e daí cada um ganhar certas características físicas, que a natureza com uma inteligência que "ainda" não compreendemos adapta ao clima e ao ambiente, o indivíduo.
Dessa diversidade, cada um de nós tem o seu sentido único, que é pessoal e verdadeiramente sentido por quem o sente, o sentido e interpretado pelo o nosso mais íntimo interior que não mostramos a ninguém... Às vezes vem mesmo das vísceras, metafóricamente falando e por impulsos emocionais das profundezas da mente.
Por isso e tudo o mais, é lindo haver tantos sentidos únicos, paralelos, que se cruzam e também se descruzam.
Em suma, é uma ideia da Vida a ensinar-nos, a viver, com as latitudes e longitudes misturadas entre si.
Abraço,
Zorze
Belo texto!
Abraço.
Parabéns pela altivez e elegância das entrelinhas.
Sem disfarce e sem entre-meios.
Uma beleza de apresentação.
Gostei muito...muito...!!!
Um show...
Um abraço.
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