cortinas de espuma barria
arrastam o mais leve sonho
atirando ao mar bravio
crianças feitas homems
ribeiros choram casas
riachos cospem carros
a montanha desceu a praia
a cidade pintou-se de lama.
na madeira um jardim
virou entulho e carne
dinheiros que por fim
não serviram para nada.
nos bolsos de quem o teve
apressadamante planeou
território ordenou
e quem pobre era, se manteve.
quem nada tem perda a vida
quem pouco tem tudo perde
quem muito tem pobre fica
pois quem tem tudo, de nada serve.
como disse o caetano
que "o Haiti é aqui"
também digo(e não me engano)
"e agora, que não há aqui?"
globalmalmente enganados
à merçê de tempos bravios
de que nos vale o fado?
de que nos vale os gritos?
poder é : termos o direito à partilha
termos direito a ter direitos
neste continente feito de ilhas
com gente que o poder fez.
abraço do vale , triste e solidário.
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4 comentários:
A dura realidade, irónica e na tua bela poesia...
(No meu blogue, amigo, a partida era de um primo querido...partida para sempre que já aconteceu. Soube em Barcelona.)
Beijo da planície encharcada
Um abraço urbano, solidário.
ana
n sabia... só o tempo cura essas feridas.
obrigado por gostares.
abraço
maria
obrigado por estares.
abraço.
Grandes verdades Duarte !!
Abraço!
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