Vultos in temporais

cortinas de espuma barria arrastam o mais leve sonho atirando ao mar bravio crianças feitas homems ribeiros choram casas riachos cospem carros a montanha desceu a praia a cidade pintou-se de lama. na madeira um jardim virou entulho e carne dinheiros que por fim não serviram para nada. nos bolsos de quem o teve apressadamante planeou território ordenou e quem pobre era, se manteve. quem nada tem perda a vida quem pouco tem tudo perde quem muito tem pobre fica pois quem tem tudo, de nada serve. como disse o caetano que "o Haiti é aqui" também digo(e não me engano) "e agora, que não há aqui?" globalmalmente enganados à merçê de tempos bravios de que nos vale o fado? de que nos vale os gritos? poder é : termos o direito à partilha termos direito a ter direitos neste continente feito de ilhas com gente que o poder fez. abraço do vale , triste e solidário.