segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

amanhecer

chove... nada tenho senão nuvens
poiso olhares em almofadas cinzentas
e de alma lavada , nasçi outro... outro eu
da preocupação pela mudança
do que teima em não mudar
passei à mudança dos passos
que dou sem voar, com sonhos
feitos à medida do ser que construo.
não tombei... apenas deixei
o brilho ofuscante de mil e uma estrelas
sonhar galáxias, enquanto digeria meu planeta inventado.
não fui o que esperei? também o não foram... apesar de esperar.
esperaram mais ? nada pude dar... pois nada senti
nem tive o direito de ser assistido , quando o pedi.
falhei? pois talvez tenha reagido por simpatia...
e por quem não veio, esperaram.
nunca tive jeito para ser humano, muito menos para ser estatística!
tenho sempre cravado em mim
o sorriso de infindáveis amizades, onde a palavra fraternidade,
teima em ser esquecida... e esqueço, lembrando-me mais tarde
ou tarde demais. não contarei mais com quem me quer
um mero número inscrito, no meio de tantos outros... que se cansam.
contarei, isso sim, com quem me quer em caminhadas
ombreando realidades com utopias no limiar do nosso olhar.
abraço do outroeu

5 comentários:

Ana Tapadas disse...

Ah meu amigo, que bom que voltaste! E que belo poema!
Abraço da planície, com chuva

Maria disse...

É bom ler-te, de volta.
Caminhamos sempre o mesmo caminho... nunca deixando de sonhar!

Abraço urbano com chuva

Meg disse...

Duarte,

Bem regressado sejas!
Sempre lutando pelas palavras.

Um abraço

Fernando Samuel disse...

E é assim que vale a pena contar...

Um abraço.

Dona Sra. Urtigão disse...

Adorei, principalmente o "nunca tive jeito para ser humano, muito menos para ser estatística".
Um abraço,irmão do Vale