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A mostrar mensagens de janeiro, 2010
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enfrentei tua sombra despida jazia num passeio poisada ao lado de um brilho... era minha mão armada que te quis sombra nua. bailei louco sob os silvos da metralha dos olhares em teu fogo consumado construí um abrigo.... e em cinza , petrifico-me. do vale até montanha passei pela face oculta da lua fui sombra na sombra nunca nu , mas despido do manto velho que me deram.
eram ondas do mar enroladas nos teus braços, desviando meu olhar na viagem em teu regaço. com passos de gata frágil t'esgueiravas como a brisa vádia... numa manhã que sorria que te olhava e se abria... eras aquela que eu chamava baixinho, quando nos meus pensamentos tu vinhas de mansinho... acordando verdes musas caem versos nest'alvura, que de pele e candura aconchegam meu ninho. quem te viu n'areia de uma praia lusitana, canta devaneia constroi sonhos sem tormentos... quem te não viu sereia sentiu canções e fados, em solos fugidios... numa manhã que sorria que te olhava e se abria.... abraço deste vale este "textito" foi escrito para uma composição musical de filipe e vítor Rebolho. nota: na canção, "aquela" é substituida por amália.

amanhecer

chove... nada tenho senão nuvens poiso olhares em almofadas cinzentas e de alma lavada , nasçi outro... outro eu da preocupação pela mudança do que teima em não mudar passei à mudança dos passos que dou sem voar, com sonhos feitos à medida do ser que construo. não tombei... apenas deixei o brilho ofuscante de mil e uma estrelas sonhar galáxias, enquanto digeria meu planeta inventado. não fui o que esperei? também o não foram... apesar de esperar. esperaram mais ? nada pude dar... pois nada senti nem tive o direito de ser assistido , quando o pedi. falhei? pois talvez tenha reagido por simpatia... e por quem não veio, esperaram. nunca tive jeito para ser humano, muito menos para ser estatística! tenho sempre cravado em mim o sorriso de infindáveis amizades, onde a palavra fraternidade, teima em ser esquecida... e esqueço, lembrando-me mais tarde ou tarde demais. não contarei mais com quem me quer um mero número inscrito, no meio de tantos outros... que se cansam. contarei, isso sim, com...

ocaso

acabou. esta máscara está gasta no baú das recordações nada... silenciosamente saio de cena com a sensação de que valia a pena com a certeza de que não fui chamado confirmando a condição de seres humanos arrepeso do que não fiz deixo quem promete e quem me dá mas também deixo quem nada fez para que fosse possível sermos uma irmandade coesa. não tenho pena de quem foi fachada pois essa condição manter-se-há, faça o que faça , não passo de um número de acrobacia conseguindo chegar ao lusco-fusco antes do estertor. obrigado para quem cá passou, obrigado para quem se lembrou e depois esqueçeu, obrigado para quem merece. adeus. abraço do vale