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A mostrar mensagens de fevereiro, 2011

... e nós...

tu eras universo num pulsar tu eras o brilho aglutinador de toda minha matéria tu eras mil horizontes num olhar profundo tu eras riso de criança num corpo de adulto tu eras a fome saciada num encontro de pele eu era rasto de cometa num céu que te pertençe eu era a fotosintese na amena claridade dos teus dias eu era a explosão da fronteira que nos separa eu era de tronco tenro enraízado em nós eu era manto do núcleo que cresce em ti e que somos nós agora? uma ténue nuvem passageira na aridez do deserto! agora quando te retrato, faço-o olhando como quem vê no espelho o tempo presente! já não te quero, tu não me queres... apenas recordamos. é tão bom viver sem a tua presença, melhor é lembrar como fomos ou podiamos ter sido, num passado que tende a mentir-me... se a memória me não falha. abraço de uma velha primavera.

Lutos sem lutas

Mais uma vez a memória mais uma vez sinto o presente Cada vez mais passado Outra vez sinto aquele sopro Derradeiro, esmagado pelo peso Da agonia em rostos gentís É agora que foi vez de outro... Pesado fardo o sinal da partida Quando ficamos no cais, sem amarra. Quanto valemos? que somos? Um aperto de coração Ou um esgar de ser no frenesim intergaláctico. Só sei que sinto... Depois , penso e ... penso... e...vale nada pensar muito. Saudade. Abraço para o céu.