Não, não me esqueci do dia do pai. Tal como não esqueci o dia da poesia. O meu pai é a melhor poesia que os dias me concederam, ou deverei dizer: os dias que me concederam nasceram da poética relação  do meu pai com o mundo? 

Mas pareço ser tudo menos poesia. Este fruto meio ácido e dissonante não irá ecoar nas árvores do conhecimento. No entanto, sou pela ação do meu pai, e irei como pai, transmitir o amor que me deram.

 
A já longa caminhada pela vida terrena, fez dele um ser sábio. Pois com as pedras do caminho fez castelos nos quais nos abrigamos e defendemos, lá do cimo das muralhas, dos mais ímpios e impuros invasores. 
As portas fecham-se à maldade, pois só se alcança a nobreza ouvindo as pedras do castelo. 
Somos o fruto da insistente bondade do nosso pai. 
 

As árvores conhecem as suas mãos. Pois foram elas que souberam desbravar a rebeldia dos ramos inquietos.

O fruto nascera pão no regaço do suor matutino. A aurora eclodira e... já se ouvem os passos atarefados do paterno poeta lavrador:
A luz faz-se então eterna nos verdes ramos de flor em espera.

O meu pai é a poesia. Sempre assim foi e sempre assim será. 

Abraço do Vale   






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