
Coziam o pão todas juntas. O forno que acolhia as irmãs era grande o suficiente para a labuta da minha mãe, da minha madrinha, da tia Júlia, da tia Teresa, da tia Amélia, da prima Júlia e das cunhadas. Cheirava a lenha e a monte o avental da minha avó. Na época das flores reconhecia o cheiro a arçã, e a terra molhada na época das chuvas. Éramos muitos a correr pelas ruas, e poucos eram os que podiam ajudar, porque se pudessem, o campo reclamava a força dos braços já feitos. Assim eram passados os dias da cozedura fora do bairro dos Índios. De vez em quando lá íamos para a Fonte de Ordem lavar a roupa, completando as viagens que nos afastavam da terra batida do bairro do Calvário. Os dias de emigração separariam algumas das irmãs. Ficariam de vigia ao Calvário a minha tia Teresa e a minha tia Júlia. As outras partiriam para as Franças, tal como tinha já partido o meu tio Carlos. O tio António que vinha de Angola, iria para o Canadá. Já o meu tio Chico viria...