segunda-feira, 22 de agosto de 2011

a construção do feudo de papelão

O ovo está choco...
Pobre mão que transporta as vontades
(dele e nunca de outros)
Até ao regaço de um povo acomodado, estéril.
Nesta arquitectura de quem (manifestamente) é mediocre,
E só se sabe valer da futilidade, do compadrio e da ignorância,
Fazer menos bem, deveria ser pecado.
A técnica do mal dizer,pequenos bastidores de mal formação,
Vai levando a bom porto (nem que o mesmo caia de podre),
A fome de pequeno protagonismo.
Para haver um plano mestre, tem de existir mestria...
Pois mestria desta, um iluminado qualquer a teria.
Os resultados estão à vista: já não sobra palha para tanto burro!!!
Quem constroi, deve alicerçar o seu juizo sobre sólidas bases.
Quem semeia ou planta, deve saber esperar pela maturação
E saber de que chão é feito um desejo.

abraço do vale

sábado, 2 de julho de 2011

pediram-me amor...
amor fracasso, ou amor ternura?
amor devasso, ou amor candura?
amor liberto, ou amor marcado?
amor aberto, ou amor amarra?
amor simples, ou amor loucura?
pediram-me amor!.......
caderno de memórias
(aquele que não tenho escrito) :
na teia dos sentimentos
querer é forma de amar
mas nem sempre ser amado.
aquele quadro não me ama,
mas amo tanto a forma
que me traz cativo
nas cores dos códigos
chave da minha imaginação.
A paisagem ama a alma
de quem a pinta fruto.
pediram-me amor...........!
amar é canseira.
prefiro saber que não gosto,
restando-me apenas o que quero.

abraço do vale

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Tenho andado preocupado com a saude do meu blog. Logo nasceu, fiquei sem a possibilidade de postar uma músiqueta directamente importada do Youtube... Mas lá se resolveu. Algum tempo mais tarde acontece-me isto: tenho 29 seguidores ( a acreditar no meu painel de controle) e... desapareceram!... bom até poderiam deixar de me seguir... mas... e então aquelas pessoas que tenho a certeza absoluta de que não deixariam de me seguir?
A quantidade de mensagens também baixou drásticamente ( isto do facebook é muito melhor, reconheço), mas fico espantado com o publico que me tem visitado, senão vejamos:
Portugal e Brasil (normalíssimo), EUA (talvez algum primo que por lá ande), França (aí sim tenho familiares, amigos, etc.), Alemanha(não precebo porra dessa lingua e não lá conheço "primos"... embora lá tenha alguns conhecidos), Japão(?!), Coreia do sul(???), Espanha(tenho lá amigos, familiares, etc), UK(também por lá residem amigos),Suiça(também aí tenho familiares), e depois países como Italia, Russia, Ucrania, Sérvia, Bosnia-herzgovina,Argentina, Italia,Irão(!)... bom só me falta a oceania e áfrica...Assim terei um blog bem viajado(se bem que pouco comentado). Ok... das duas uma : ou tenho uns "amigos" em muita parte, ou tenho poucos, mas muito viajados. Certo é que gostaria de ver aqui alguns dos "seguidores", visto a estima que por eles tenho, e a certeza dessa ser reciproca.
Não tenho escrito, nem viajado muito pelos blogs... o tempo não me permite. Costumo estar ocupado das 06h00 da matina até às 24h00 de segunda a sexta e aos sabados só trabalho, e faço uma farrita. aos domingos... depende... ou descanso, ou pesquiso, ou ocupo-me de outros afazeres que entrantanto se foram acumulando durante a semana.

Cumprimentos a todos (porque são muitos e não dá para distribuir tanto abraço) ... ah! e quando voltarem, não deixem a porta aberta, que pode constipar os meus seguidores, obrigado.

domingo, 22 de maio de 2011

O pão do pobre é de pedra
Quem não tiver dentes
Ou passa fome
ou come merda!
O pão do remediado
dura um mês.
deixa-se comer
na primeira semana,
e nas outras três
que tem esse mês,
partilha-se com martelo,
Já que nele não entra
O primeiro cutelo!
O pão do rico
Não sabe a nada
Sem lasca de presunto
Comer é enfado.
O pão dos outros
é sempre o melhor,
tem sempre de sobra
as nossas migalhas.
Pobre Povo, pobre País
A cobiça do pão regressou
como regressam os criminosos,
ao local do crime.

abraço do vale

domingo, 15 de maio de 2011

estranha viagem

Fumo meu canto, nas cordas secas
nevoeiro d'estorvo nos olhos humidos
cada passa é um desassossego
cada imagem fica baça, impura.
Aperto a viagem ao morrer da curva
Asfalto já gasto não pode perder
em cada partida uma pedra dura
em cada chegada um estranho bocejo...
................(continua até parar).................

Do vale em valetas, pró rio que foge,
um abraço de adeus ou então até já.......

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Quase nada.

Quanto vale a vida? o que é dinheiro? que trabalho merece ser medido em moeda? que vidas são contributivas para a mais valia económica de um sistema?....


E se pusesse isto assim: Que sistema pode avaliar a vida? O que hoje é mais valia, amanhã, mais valia não ter existido!!!


Precisamos de profetas. Não daqueles que por aí pululam, mas sim daqueles que detêm a verdade e que a troco de nada ( basta um calvário) a partilham. Ah... e também precisamos de uma memória colectiva, sempre presente como o gume de uma lámina a ameaçar-nos. Penso que só assim pensariamos, sem desvios estilísticos para inglês ver. Objectivamente, não somos nada. Mas como a linguagem das estrelas nos é praticamente desconhecida, somos o relativo produto dum espirro da nossa conciencia. O inexplicável é a razão que mais nos fascina, logo pensamos em tudo com a perspectiva daquilo que ainda nada é... tem bastante piada resolver transformar nada num produto apetecível, especulando. Estranho pensar que sob determinadas condições só existimos no passado e vivemos no futuro, relativisando. E o presente?... perguntar-me-hão. Esse não existe, está sempre de passagem... é como existir vento e querer meter num frasco uma infinita parte do mesmo. Ou seja a nossa existencia, pouco interessa ao cosmos... mas tem muito valor para quem se acha pensante e dono de uma filosofia... tangas!!! Nada vale tanto como tudo! e se não pensassemos, tudo era sempre... e se não fossemos, continuava tudo!!!


Sinto-me bem, presente, como quase nada.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Hoje é feriado !!!



Falam-me de crise, do FMI, da dívida (a pública e a privada), da necessidade de sacrificios, de mais esforço, de mais força de trabalho, etc. MAS HOJE NÃO TRABALHO!!! O acontecimento que nos permitiu uma revisão constitucional onde (ainda) estão consagrados os mais básicos direitos, a liberdade de expressão, o direito à sindicancia, a igualdade de direitos entre gêneros, o ensino gratuito, a saude "tendencialmente" gratuita, etc. é para mim tão importante como o nascimento de Cristo, como a sua reissurreição... Porque é de ressurreição que lavra a revolução de Abril , em plena "prima vera" tudo é flor e pólen, tudo é esperança de fruto em construção.



Cada dia que passa é mais uma revolução, noite-dia, dia-noite...mar e céu entrelaçado num amor azul, céu e mar revoltos numa tormenta cinzenta, explosão de cores num manto verde de terra desafiando as chuvas mil, canto de aves e danças nupciais em terra fecunda ou no desafiante bailado do sol com as nuvens... O ciclo da vida no bailar de uma andorinha... Pois hoje não trabalho, hoje festejo a divina reissureição da democracia.



abraço do vale

sexta-feira, 25 de março de 2011

A FOME


que porra!!!

porquê? porque sim! Se alguem cai, levanta-se...

e se não puder? ajudamos!

Tenho andado a confrontar-me

(como o mais vulgar dos mortais)

com o micro e macro. Tanta semalhança!

Esta amostra de mundo

com o qual tenho tido contacto,

não me tem dado alento algum...

por vezes sinto alguma esperança,

mas rápidamente essa transforma-se em mais uma desilusão...

A fasquia é alta?

má percepção e interpretação dos sinais exteriores?

Ver o mundo com olhos de quem quer sonhar

esquecendo-me das realidades?

Não sei.

Mas que mundo tão redundante!!!

QUE PORRA!!! Mover-me,

pensar,

estravazar,

recorrer a diversas técnicas

para esclacer-me e esclarecer...

e o resultado fica sempre aquém.

Raio de condição humana!

discordar por discordar...

Ser dono de um cepticismo drástico?

Não vos entendo

seres bipedes de cariz racional!

Pregais mil e uma carta escrita,

inventais as mais diversas correntes idealistas,

apregoais a moral e o bom senso,

rezais aos mais diversos credos,

mas no entanto,

continuais a ignorar

misérias decorrentes da falta de tudo que vos ensinaram!

Quando não gosto, não como...

mas deixo comer quem gosta

ou quem se esforça para adquirir o direito a comer.

Assim observaria de fora um banquete,

saciando-me nas expressões de satisfação

de quem lá está...

mas não por muito tempo, claro!

que eu também preciso de comer!

A Fome...

essa corrosiva aliada,

impele-me na busca...

nem sempre sabendo o que buscar,

ou pior: não sabendo onde buscar.

Tenho sempre fome!!!

Às vezes até vislumbro a certeza do saciamento,e,

com a maior das cautelas

que as minhas vivencias me ensinaram,

aproximo-me desse vislumbre...

não de forma predativa...

porque essa colide

com o pouco de moral que ainda me sobra....

E quando chego,

nada ou pouco para tanta fome que acompanha!

.......... E se de repente.......

passasse a ser um predador?

.......... sim............

daqueles que

com todas as artimanhas possíveis

rodeia o objecto no qual deposita

toda a sua vontade de saciar, e

com o fardo mínimo de moral atacasse?

Matava a Fome,

matava essa aliada

que me impele para a busca constante...

e não tinha esta sensação de desgaste!

............ balelas...........

esta tendencia para o "humanismo",

ainda que residual,

mora em muitos movimentos predatórios.

Conflito de predadores astutos e predadores esfomeados,

povoam de raiva contida e maldade pura

muitos pensamentos

paralelos, divergentes ou convergentes.

QUE PORRA!!!

Quem me dera que fossem passear a fome

para pastos eternamente virgens!

Assim,

sózinho comigo,

convidaria minha corrosiva aliada

a devorar-me de uma só vez!...

Assim

ficava ela orfã de movimento!!!

QUE SE FODA A FOME!!!


Aindaeu

terça-feira, 8 de março de 2011

A propósito de bandeiras

quantas bandeiras sepultas
homem de fraca tolerancia!
quantas cores não viram
os olhos que não querem!
iluminar as trevas?
são tantos os caminhos do breu!
agitamos corpos em pouco...
é fácil ver ao perto!!
no horizonte da memória
que só sabe das suas vivencias
só mais imaginação
pode alcançar clarividencia.

outroeu

domingo, 20 de fevereiro de 2011

... e nós...

tu eras universo num pulsar
tu eras o brilho aglutinador de toda minha matéria
tu eras mil horizontes num olhar profundo
tu eras riso de criança num corpo de adulto
tu eras a fome saciada num encontro de pele
eu era rasto de cometa num céu que te pertençe
eu era a fotosintese na amena claridade dos teus dias
eu era a explosão da fronteira que nos separa
eu era de tronco tenro enraízado em nós
eu era manto do núcleo que cresce em ti
e que somos nós agora?
uma ténue nuvem passageira na aridez do deserto!
agora quando te retrato, faço-o olhando
como quem vê no espelho o tempo presente!
já não te quero, tu não me queres... apenas recordamos.
é tão bom viver sem a tua presença,
melhor é lembrar como fomos ou podiamos ter sido,
num passado que tende a mentir-me...
se a memória me não falha.

abraço de uma velha primavera.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Lutos sem lutas

Mais uma vez a memória
mais uma vez sinto o presente
Cada vez mais passado
Outra vez sinto aquele sopro
Derradeiro, esmagado pelo peso
Da agonia em rostos gentís
É agora que foi vez de outro...
Pesado fardo o sinal da partida
Quando ficamos no cais, sem amarra.
Quanto valemos? que somos?
Um aperto de coração
Ou um esgar de ser no frenesim intergaláctico.
Só sei que sinto...
Depois , penso e ... penso... e...vale nada pensar muito.
Saudade.

Abraço para o céu.